


Ética no processo de auditoria
operacional.
Resumo
A auditoria é um
ramo de envolvimento com todos os departamentos da organização que proporcionam
aos colaboradores em diferentes níveis, dados e relatórios verídicos obtendo
informações importantes para a tomada de decisão e alcance da eficácia
corporativa. Os demonstrativos contábeis e financeiros com, transparência sobre
os fatos, servem de prova cabal na tomada de decisões e diretrizes estratégica.
Entretanto é fundamental que os auditores desenvolvam sua atividade de forma
ética. O auditor se depara em seu fazer cotidiano com dilemas que são exigidos
julgamentos e escolhas pautadas no dever, direito, justiça, responsabilidade, consciência
e vocação, por isso é de extrema importância o estudo da ética na formação e
atuação do auditor. Este artigo tem o objetivo de apresentar como a auditoria e
a ética profissional tendem a mitigar os riscos nos processos evitando a
ocorrência de erros e fraudes nas empresas, ressaltando a importância do papel
que esses dois elementos desempenham nas organizações e para a sociedade de
forma geral, proporcionando transparência e segurança.
Palavras-Chave:
Auditoria, Código de Ética, Conduta, Ética Profissional
INTRODUÇÃO:
As
funções de auditorias têm estado em um momento de procura e implantação nas
empresas, momento este definido pela necessidade de mais controle e
planejamento. As mudanças econômicas, culturais e sociais que ocorrem no Brasil
e nos demais países desenvolvidos e emergentes, solicitam uma mudança no perfil
das empresas em relação à implantação dos controles internos pela auditoria. Pois,
atualmente, as empresas pela sua cultura ainda cria resistência para a
funcionalidade deste departamento. A oferta de serviços de auditoria é bastante
diversificada, contêm desde o tradicional serviço de certificação das
demonstrações contábeis como fundamentado num profundo conhecimento dos
negócios verificando processos, pessoas e sistema do processo de gestão da
corporação. E também, são analisados os riscos aos quais está sujeito, passando
por uma gama de serviços direcionados para empresas de médio e pequeno porte
até serviços de auditoria ambiental que compreendem grandes empresas e
multinacionais.
Referentes
aos demonstrativos contábeis e financeiros tornaram-se uma ferramenta
imprescindível nas organizações, sendo difícil uma empresa atingir o sucesso
sem a utilização das informações gerenciais fornecidas pelo sistema
contábil-financeiro. Porém, os benefícios fornecidos por essas informações,
podem ser prejudicados pela utilização de forma equivocada caso os dados sejam
manipulados pelos gestores. Isso leva ao uso inadequado das demonstrações financeiras,
com o intuito de apresentar unicamente o lucro, sem refletir sobre o quanto
esta atitude poderá colocar em risco de ameaça a corporação. Esse pode ser um
dos principais motivos de ineficiência e ineficácia do modelo de gestão
implantado em empresas que recorrem ao uso inadequado dos dados.
Nesse contexto as organizações são mais
suscetíveis a desfalques e fraudes atingindo às vezes falência. Deste modo, o
artigo se justifica pela urgência de se entender as fraudes e negligências
ocorrem e podem causar às empresas e à sociedade a descontinuidade das
organizações, o desemprego e as crises econômicas. Tendo como um dos principais
fatores para se indagar a falta de ética na gestão e execução dos procedimentos
administrativos, inclusive o da auditoria que tem a função da busca da
conformidade do fluxo de trabalho estabelecido. Ou seja, a realização da
auditoria está intimamente ligada à competência, à eficiência que todo
profissional deve possuir para exercer a sua profissão. O fazer se refere à
conduta do profissional, ao conjunto de atitudes e procedimentos que deve
assumir no desempenho de sua profissão.
O
parecer do auditor deve obedecer a critérios éticos, se apoiando nas verdades
declaradas que os documentos lhe oferecem. Os auditores devem seguir normativas,
estas estão relacionadas com o que chamamos de valores morais, não basta seguir
as normas técnicas, há necessidade do exercício da ética, os auditores são
responsáveis não só perante a administração da organização a que prestam
serviços, mas também perante muitos usuários das atividades dessa organização:
O mercado, a sociedade, etc. O auditor possui responsabilidade sobre os relatos,
mesmo quando a expressão da solicitação de se opinar seja sobre pequenos fatos.
A
formação e atuação ética do auditor são fundamentais para o cumprimento do seu
objetivo, colocando em risco os resultados quando há falta da ética em sua
atividade. A seleção e recrutamento do auditor é pressuposto básico para
garantir que o processo de formação desse profissional possa ocorrer dentro dos
parâmetros éticos.
Para
atender ao objetivo de mitigação de riscos no processo pela forma ética de
condução dos processos de auditoria, se propõe a revisão bibliográfica sobre o
tema que subsidiara a análise empírica dos dados levantados por meio de três
entrevistas de dois gerentes de auditoria e um auditor pleno. Esses dados serão
tratados a partir de analise de categorias qualitativas desdobradas de
referencial que sustenta esse artigo.
A ÉTICA
O
padrão sobre ética no cenário atual tem sofrido inversão de valores, quando a
ética e a moralidade são praticados recebem lugares de destaques e há condecorações
de mérito pela atitude. O que deveria ser a normalidade e o padrão da sociedade
tem se tornado a exceção comportamental do ser humano no meio em que vive.
Diante disso, será verificado o significado da ética e um comparativo com a
ética profissional.
“Vivemos hoje grave crise mundial de
valores. É difícil para grande maioria da humanidade saber o que é correto e o
que não é. Esse obscurecimento do horizonte ético redunda numa insegurança
muito grande na vida e numa permanente tensão nas relações sociais que tendem a
se organizar ao redor de interesses particulares do que ao redor do direito e
da justiça”. (BOFF, 2014, pp. 27).
Quando
se pensa em ética a primeira concepção que se tem que é derivada do grego ethos,
e depois foi traduzida para o latim como mos; mores que
significa moral, na qual foi inserida no vocabulário brasileiro com, ética que
tem como significação “parte da filosofia que estuda os fundamentos da moral”.
Conclui-se que etimologicamente ética e moral são palavras sinônimas. A moral,
como sinônimo de ética, pode ser entendida como o conjunto das normas que, em
determinado meio, objetivam a aprovação para o comportamento dos homens. A
ética, como significado único do pensamento correto, remete a ideia da
universalidade moral, ou ainda, o modelo ideal universal do comportamento
humano, expressado em princípios e valores aprovados para todo pensamento
normal e sadio de um ser humano correto. Ou seja, os princípios de conduta que
norteiam um indivíduo ou grupo de indivíduos. (LISBOA, 1997, p.24).
Com
outra visão, Boff (2014), menciona a importância dessas duas definições
considerando a ética como princípios e valores que orientam pessoas e
sociedades. E a moral, como a pratica real das pessoas que se expressam por
costumes, hábitos e valores culturalmente estabelecidos. Porém, são definições
abstratas porque não mostram o processo como a ética e a moral, efetivamente
surgem.
Assim,
evidencia-se que esse significado se refere à forma comportamental das pessoas
em seu local de trabalho ou no cotidiano particular, averiguando como se
comportam e se esse comportamento é adequado para o ambiente social.
Nesse mesmo
sentido, Franco e Marra (1992, p.90), apresentam características fundamentais
de requisitos morais a respeito da ética, sendo eles:
● Integridade;
● Idoneidade;
● Respeitabilidade;
● Caráter ilibado;
● Padrão moral elevado;
● Vida privada irrepreensível;
● Justiça e
imparcialidade;
Diante
dos itens apresentados, fica evidente a presença da ética em vários segmentos
da vida do homem, ela está composta em todos os ambientes, seja no social,
político, cultural entre outros e em nossos convívios profissionais e
particulares, mas poucas vezes encontramos as condutas destes princípios sendo utilizadas
e aplicadas no ambiente que se encontra inseridas.
ÉTICA PROFISSIONAL
A
profissão, como prática habitual no exercício laborativo, proporcionam uma
relação entre necessidade e utilidade, no âmbito pessoal, exigindo uma conduta
específica para o sucessos de todas as partes envolvidas.
Assim,
a ética tem como função relatar, analisar e descrever o comportamento das
pessoas, com o objetivo de compreender a adequação do comportamento no ambiente
inserido. Neste sentido, a ética, embora
não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de
justiça social, que analisada no ambiente corporativo, gera melhora no clima
entre os colaboradores apresentando resultados intangíveis da empresa. É
imprescindível a ética para o bom funcionamento do processo de auditoria, tendo
os valores e procedimentos aplicados no modelo de gestão, como geradores de
transparência e confiança para os funcionários e sociedade local.
“A ética profissional é de grande valia
em todas as profissões, notadamente na de auditor, que tem em suas mãos grande
responsabilidade, pois mediante seu serviço é possível conhecer todas as
irregularidades, erros, falhas dentro do grupo de empresas, conhecendo o
responsável hierárquico e executores das rotinas que originam estas informações”.
(CREPALDI, 2002, p.65)
Sá (2014), entende que o conceito
profissional é a evidência, perante terceiros, das capacidades e virtudes de um
ser no exercício de um trabalho habitual de qualidade superior. Juntamente, com
essa visão, o valor profissional deve acompanhar-se de um valor ético para que
exista uma integral imagem de qualidade.
Em suma, a profissão pode se
destacar e ter relevância no âmbito social, pela ação correta e competente,
porém, perder todo seu valor, por uma conduta inconveniente, com a quebra de
princípios éticos.
AUDITORIA OPERACIONAL
Auditoria operacional é composta por
um conjunto de normas e procedimentos que visam avaliar as atividades
operacionais executadas pela organização. A auditoria revelará as não
conformidades das atividades e procedimentos e esse apontamento servirá de base
para que o administrador busque as soluções cabíveis para cada uma das não
conformidades.
Com
a importância da auditoria operacional, diversas definições surgem.
Attie (2009) define que a auditoria operacional é
uma função independente de avaliação, criada para examinar e avaliar as
atividades da empresa, ela auxilia os membros da administração a
desincumbirem-se eficazmente de suas responsabilidades. A auditoria deve
fornecer análises, avaliações, recomendações assessoria e informações relativas
às atividades examinadas.
Para Sá (2007) a auditoria operacional é o exame do
desempenho administrativo, onde procura julgar o controle administrativo
visando um desempenho adequado da organização, busca aprofundar-se no
conhecimento de uma gestão competente que está preocupada com o patrimônio e
como ele atua.
Segundo o Escritório do Auditor-Geral do Canadá
(OAG), a auditoria operacional é “o exame e avaliação das operações com a
finalidade de informar à administração se as várias operações estão sendo
executadas em conformidade com as normas estabelecidas. Inclui uma avaliação da
eficiência dos procedimentos operacionais.”.
A Portaria nº. 63/96 do Tribunal de Contas da União
apresenta a seguinte definição para a auditoria operacional: “auditoria que
incide em todos os níveis de gestão sob o ponto de vista da economia, eficácia
e eficiência, nas fases da programação, execução e supervisão”.
A auditoria operacional nos revela as falhas
cometidas, ela tem como função de direção “analisar e apreciar, com vistas às
eventuais ações corretivas, o controle interno das organizações para garantir a
integridade de seu patrimônio, a veracidade de sua informação e a manutenção da
eficácia de seus sistemas de gestão” (RAMIO e MAS, in ARAÚJO, 2006, p. 34).
Conforme Boynton, Johnson e Kell (2002) para o pleno
entendimento da essência da auditoria operacional é preciso conhecer por partes
alguns processos fundamentais.
Processo sistemático: Como na auditoria de
demonstrações contábeis, uma auditoria operacional envolve uma série
organizada, estruturada e lógica, de etapas e procedimentos. Planejamento
adequado, obtenção e avaliação objetiva de evidencias relacionadas com a
atividade que está sendo auditada também faz parte desse processo.
Avaliação de operações de uma organização: A
avaliação de operações deve ser baseada em critérios previamente existentes ou
sobre os quais se estabeleça considerável conhecimento. Os critérios assumem a
forma de desempenho estabelecida pela administração e usualmente são menos claramente
definidos que os aplicados em auditorias contábeis. A auditoria operacional
mede o grau de correspondência entre o desempenho real e os critérios
pré-estabelecidos.
Eficácia, eficiência e economia de operação: a
auditoria operacional tem a finalidade de auxiliar a administração da
organização a melhorar a eficácia, a eficiência e a economia de suas operações.
Ela focaliza o futuro, ao contrário da auditoria nas demonstrações contábeis,
que avalia o passado.
Relato a pessoas adequadas: O parecer de uma auditoria
operacional é destinado à administração, pessoa ou agência que a encomendou.
Uma cópia do parecer é encaminhada ao conselho de administração e ao comitê de
auditoria.
Recomendações para aperfeiçoamento: Em contradição
com o que é feito em uma auditoria de demonstrações contábeis, a auditoria
operacional não se encerra com um relatório do que nela foi verificado e sim
com um relatório contendo as recomendações para aperfeiçoamento das operações
da organização.
Podemos citar como objetivo da auditoria operacional
o aumento de receitas, melhorias do desempenho dos procedimentos, diminuição de
desperdício e práticas ineficientes, antieconômicas, ineficazes e abusivas,
redução de custos, melhoria nos controles, racionalização dos procedimentos,
incremento do resultado entre outras.
Haller
(1985 apud Araújo 2006) menciona que a auditoria operacional abarca uma gama de
trabalhos de auditoria com tendência natural à divisão em duas áreas
principais, auditoria de eficiência e economia e auditoria de eficácia. As
auditorias de eficiência e economia se concentram na melhoria do uso dos
recursos, mediante redução dos custos e com o aumento da produção. A auditoria
de eficácia avalia como se cumpre uma atividade, em relação aos seus objetivos
ou a parâmetros de desempenho apropriados.
Conforme Attie (2009) para que o trabalho da
auditoria operacional tenha qualidade na organização é necessário que esteja
firmemente amparada, de um lado na aceitação dos administradores e de outro
lado, pela execução de um serviço continuo e imaginativo que o auditor possa
oferecer à administração.
O auditor e o administrador precisam estar cientes
de que permitir um trabalho técnico, conclusões e recomendações podem
permanecer imponentes se ignoradas, mesmo que o parecer da auditoria tenha sido
cuidadosamente preparado.
Havendo qualidade adequada na organização, o suporte
da administração da organização fornece ao trabalho e ao relatório do auditor
força e efeito. Serviços conscientes e inovadores para a tomada de decisão
dentro da empresa descobrem novos trabalhos para a auditoria e fornece ao
auditor a chave para abrir as portas de qualquer área da empresa.
Quando
a administração se acostumar com as novas formas de relatórios e diagnósticos,
ela se tornará dependente desses resultados e tornará a usá-lo com muita
frequência.
MODELO DE GESTÃO NA AUDITORIA
OPERACIONAL
Padovese (2009), entende que, as crenças
e valores são conceitos que constituem a formação da cultura organizacional, interagindo
e implantando o início do modelo conceitual a ser adotado para gerir a empresa,
classificado como modelo de gestão.
O modelo de gestão é formado por:Processo
de gestão do sistema da empresa: planejamento, execução, controle.
·
Avaliação
de desempenho de áreas e de gestores: responsabilidade por resultados das áreas
de responsabilidade.
·
Processo
decisório: centralizado ou descentralizado.
·
Comportamento
dos gestores: motivação e empreendedorismo.
Conforme
Padovese (2009, p. 26) “o modelo de gestão pode ser definido como o conjunto de
normas e princípios que devem orientar os gestores na escolha das melhores
alternativas para levar a empresa a cumprir sua missão com eficácia”.
Dentro
da organização o modelo de gestão é expresso através de um processo que permite
a ordenação da administração da organização para o fluxo dos processos de
tomada de decisão, em todos os planos e níveis, esse processo é denominado
processo de gestão. (PADOVESE, 2009)
“Processo
é a sucessão de estados de um sistema, que possibilita a transformação das
entradas do sistema nas saídas objetivas pelo mesmo sistema”. (PADOVESE, 2009,
p. 27).
O
processo de gestão tem como objetivo auxiliar a organização a alcançar seus
resultados dentro de um conjunto coordenado de diretrizes, para que assim
consiga alcançar suas metas e objetivos apresentados na visão da empresa
(PADOVESE, 2009). Ele auxilia a organização no planejamento, na execução e no
controle das atividades.
No
processo de gestão o planejamento é dividido em dois, o planejamento
estratégico onde a organização formula ou reformula suas estratégias
empresariais, dentro da visão específica da organização; e o planejamento
operacional onde são definidos os planos, políticas e objetivos operacionais da
corporação.
Após
o planejamento realiza-se a execução do processo de gestão, onde são colocadas
em práticas as diretrizes levantadas no planejamento. E o controle é a última
parte do processo de gestão, onde é avaliado o grau de adesão entre os planos
traçados e os objetivos alcançados, sendo também analisadas as causas dos
desvios, quando ocorrerem.
A auditoria operacional está
inserida no processo de gestão, pois assim a auditoria operacional o processo
de gestão procura auxiliar a administração da organização a alcançar seus
objetivos, utilizando-se de normas e procedimentos que avaliam e controlam as
operações das empresas. O processo de gestão mais indicado para representar a
auditoria operacional é composto da seguinte forma:
Crenças
e valores: é um conjunto de crenças e princípios que orientam as ações e
atividades da empresa.
Missão:
consiste no propósito da empresa, são as atividades que a empresa executa sua
diferenciação e seu papel em relação aos concorrentes, as conquistas que
pretende alcançar.
Características
do negócio: é descriminada através das atividades que a empresa executa, é o
ramo de atividades da empresa.
Variáveis
ambientais externas: são variáveis decorrentes de operações, são os
concorrentes, fornecedores, clientes diretos.
Diretrizes
organizacionais estratégicas: todas as estratégias organizacionais utilizadas
pela organização como diretrizes de gestão.
Variáveis
ambientais internas: são os valores da empresa e os proprietários e
funcionários. Geralmente esses aspectos são analisados através da cultura
organizacional da empresa.
METODOLOGIA
Após a exposição dos objetivos desta pesquisa e ao
refletir que o tema é contemporâneo nas corporações, sua abordagem se apresenta
de natureza bibliográfica, qualitativa e caráter exploratório (CRESWELL, 2007).
Foi definido como objeto de estudo a
ética na auditoria.
Para atender ao objetivo de pesquisa que se
caracteriza como estudo qualitativo que será descrito o procedimento
metodológico:
Revisão de literatura com base em artigos em
periódicos qualificados (base de dados, periódicos,dissertação e teses, livros
de referências na área, literatura clássica e contemporânea) para suportar o
referencial teórico do estudo.
Pesquisa de campo, exploratória, explicitar no
procedimento metodológico. Sendo realizado três entrevistas em três níveis
diferentes de auditoria: 1) diretor de auditoria com mais de 30 anos de
experiências; 2) Gerente de auditoria com 10 anos de experiência e 3) uma
auditora plena com três anos de experiências. Explicitar no procedimento
metodológico:
·
Elaboração de roteiro semi dirigido com base na
literatura sobre o tema e objetivo de pesquisa.
·
Entrevista com uso de gravador com autorização do
entrevistado.
·
Descrição literal das entrevistas.
·
Leitura das entrevistas para identificar os trechos
de entrevistas em núcleos temáticos em categorias analíticas.
·
Elaboração de núcleos temáticos com as
convergências dos trechos das entrevistas.
·
Elaboração de quadro de síntese com as categorias
analíticas e as respectivas partes e trechos ou unidade de sentido que
convergem para mesma.
Dessa forma, analisou-se a posição e percepção de
cada profissional da auditoria e sua funcionalidade diante da ética na execução
do seu papel de trabalho. Corroborando em partes com o relatado pela doutrina.
ÉTICA NO TRABALHO DE AUDITORIA
A auditoria tem a sua importância pois, na visão contábil
confere se todas as receitas, custos e despesas estão atribuídos a um certo
período estão devidamente comprovados e contabilizados, avaliando procedimentos
contábeis e verificando a sua autenticidade, a fim de promover a eficiência e a
eficácia da organização, evitando irregularidades, fraudes e desvios
financeiros. Na visão operacional não é diferente, as análises são voltadas aos
processos, procedimentos, normatização interna se estão sendo realizadas
conforme o modelo de gestão pré-estabelecido. E a união desses dois fatores
ocorre a redução dos riscos corporativos, que regado de ética tem sua
funcionalidade e exercício em seu melhor desempenho.
É neste
contexto que afirmamos que não é dado o devido valor pela grande maioria da
sociedade sobre os trabalhos executados pelo auditor, por estar ligado a
atividade meio e não atividade fim, são interpretados pelos empresários como um
acessório a gestão não estando vinculado com o principal.
A ética como ferramenta fundamental da auditoria é
estar em harmonia com o pensamento é não deixar que fatos estranhos à matéria
auditada influenciem na execução dos trabalhos, com o intuito de beneficiar a
terceiros. Após estas análises, fica evidente que a responsabilidade pelo respeito
à ética por parte dos Auditores é fundamental para a plena execução das suas
atividades com o devido profissionalismo que estes trabalhos necessitam.
Quadro 1: Ética na auditoria interna.
Fonte:
Autoria própria.
Após pesquisa realizada em campo, constatou-se, que de
fato a ética gera resultados, o procedimento e princípios corretos pautado na
ética apresentam valores tangíveis significativos. Identificou-se também resultados
operacionais e valoração intangível da corporação como a seriedade e
credibilidade em relação aos produtos ou serviços oferecidos. Um fato marcante é o mencionado pelo
gerente de controladoria e auditoria quando menciona que a ética em sua integralidade quando colocada
em pratica pode ser prejudicial a organização, pois os princípios éticos se não
estiver ligados as políticas da alta gestão da corporação poderá ser
prejudicial nos papéis de trabalho da auditoria.
Referente a redução dos riscos no processo da auditoria
operacional são reduzidos quando norteados pelos princípios da ética,
previamente eliminam, reduzem e preveem possíveis erros que poderiam acontecer.
Outro fato importante, é a incapacidade e dificuldade no
recrutamento de auditores, pois os próprios gestores de auditoria encontram
dificuldades para analisar e identificar de fato um profissional que possui
características ideais da profissão de auditor operacional.
Concluindo, a ética na pratica deve estar ligada aos
valores e interesses dos donos das empresas alinhada com os objetivos da
empresa, e dentro dessa linha montar os procedimentos éticos. O diretor de
auditoria conclui com a frase “não basta ser ético tem que parecer ser ético
para todos os colaboradores”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A
auditoria operacional é uma prática nova no Brasil que visa a avaliação do
desempenho de todos os procedimentos e atividades executadas e tem o intuito de
auxiliar a administração das organizações na gestão empresarial, nas tomadas de
decisão, proporcionando recomendações para promover melhorias em toda a
empresa.
Utilizada
como um modelo de gestão dentro da entidade a auditoria torna-se uma ferramenta
de gestão indispensável, uma diretriz para estratégias operacionais, pois
ultrapassa os aspectos financeiros, adentrando-se nas questões de economia,
eficácia e eficiência.
Atualmente
as companhias que praticam os procedimentos de auditoria são empresas de grande
porte, como por exemplo, as multinacionais. Nas corporações onde a
administração tem forte influência de uma cultura organizacional conservadora,
não existe a prática da auditoria operacional, devido os valores e crenças
fortemente implantados nesse tipo de organização, geralmente entidades de
pequeno porte e com administração executada pelos familiares.
Neste
modelo de auditoria, os princípios éticos são os agentes impulsionadores para
os resultados serem verídicos, rápidos, confiantes e gerarem informações para
tomada de decisão da alta administração.
A
ética deve estar alinhada com a política corporativa, cultura organizacional e
a forma de comunicação de expressar a todos os níveis administrativos que os procedimentos
são éticos.
O
mercado e a concorrência existente, exige produtos e serviços de qualidade
juntamente com transparência no processo, além de a uma gestão que proporcione
a conscientização para o aprimoramento continuo e eliminação de toda e qualquer
falha ou desperdício existentes nos processos.
Com
os estudos realizados houve evidências que a auditoria quando implantada proporciona
benefícios nas corporações, quando pautado de princípios éticos a qualidade das
informações e dos resultados são superiores aqueles não regidos pela ética.
Deve-se difundir cada vez mais à ética entre as pessoas,
e principalmente na categoria de auditores internos, para melhoria: das
corporações; da sociedade de forma geral e organização das entidades.
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