Alegria é fruto do Espírito posição de quem já venceu (Eliezer Rodrigues)

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

ESTRUTURAÇÃO PARA MODELOS GERAIS DE CUSTO DE SERVIÇOS EM EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS

Durante os últimos 30 anos, ocorreram mudanças substanciais no ambiente global dos negócios. Setores emergentes de serviços estão dominando a economia que antes eram conhecidas por seu poder industrial.
O segmento de serviços já é considerado pelos investidores e pelo mercado como a principal atividade econômica nos países desenvolvidos e em grande parte dos emergentes. O setor de serviços tem crescido vertiginosamente em vários pilares da economia: Comércio, tecnologia, educação e consultoria. Segundo o IBGE, serviços, atualmente é responsável por 65,30% do PIB brasileiro. Hoffman e Bateson(2003) mencionam que em 1990 no Japão e na União Européia o segmento de serviços correspondia 58% e 60%, respectivamente, do produto interno bruto (PIB) . No mundo globalizado em que as empresas estão inseridas, faz com que busquem diariamente instrumentos que visam agilidade no processo de tomada de decisões. Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo apresentar a utilização de uma estrutura de custos em uma empresa de prestação de serviços e estudar os fatores que influenciam a formação dos mesmos.


Nos últimos anos, depois da abertura comercial ocorrida no Brasil, na década de 1990, a quantidade de corporações que disputam o mercado no segmento de serviços vem aumentando gradativamente. Esse aumento possibilita e facilita a entrada de novos concorrentes, muitos deles, organizações estrangeiras com melhores equipamentos tecnológicos no desenvolvimento de serviços. Insere um novo panorama de competitividade no setor, exigindo das empresas nacionais uma rápida mudança e adequação de suas técnicas de gestão em busca de maior competitividade, principalmente no que tange à contabilidade de custo focado em suas estratégias.
Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000), sobre a representatividade da área de serviços na economia, no mercado, nos segmentos e na sociedade, relatam que o limite de sua ascensão está relacionado com a inovação das pessoas e grupos envolvidos, unindo ao fato destas buscarem de forma contínua soluções e alternativas que facilitem o seu cotidiano.
Hoffman e Bateson (2003) mencionam que o crescimento econômico do mundo inteiro alimentou o crescimento do setor de serviços, enquanto a crescente prosperidade significa que as empresas, instituições e indivíduos cada vez mais se tornaram desejosos de trocar dinheiro por tempo e de comprar serviços em vez de gastar tempo fazendo coisas por si mesmo. Novas tecnologias levaram a mudanças consideráveis na natureza de muitos serviços e no desenvolvimento de novos. O crescimento significou um aumento não somente no volume geral dos serviços, como na variedade e diversidade de serviços oferecidos.
A concorrência é iniciada pela habilidade de se alcançar, de forma eficaz e eficiente, a relação custo – qualidade - tempo junto à clientela, não somente dentro da corporação, mas também na cadeia formada pelos seus fornecedores, canais de distribuição e clientes. Entretanto, o ambiente criado vem exigindo das áreas de suporte à informação uma mudança de conceitos, abandonando a administração de custos e implementando a Administração Estratégica de Custos.
O sistema de custos para empresas prestadoras de serviços é de suma importância para os seus gestores, pois eles necessitam de informações para melhorar e aprimorar a qualidade, pontualidade, eficácia e eficiência das atividades estabelecidas. Além de compreender precisamente o custo, o conhecimento da lucratividade de cada um de seus serviços e clientes auxilia na tomada de decisão.
Provavelmente a maior dificuldade na estruturação de modelos gerais de apuração e análises de custos para empresas de serviços está na enorme variedade dos tipos de serviços (KOTLER, 2000). Nesse sentido, há sempre a idéia de que deve haver um sistema de custo específico para cada tipo de empresa do setor. Nessa linha de raciocínio, deveria se ter um sistema de custos específico para empresas de transporte, para empresas de alimentação etc.
Conforme Padoveze (2006):
 “a maioria das obras sobre custos enfoca o custo dos produtos originados nas indústrias, com pouca ou nenhuma ênfase para o custo dos serviços e de outras atividades. O custo de outras atividades (hotelaria, atividades ligadas à saúde, etc.) têm recebido, eventualmente, alguma contribuição específica”.

As informações sobre gastos totais de uma empresa são obtidas naturalmente pelo sistema de contabilidade, por meio das contas de despesas e receitas e com o conceito de centros de custos (departamentalização). A questão central para a gestão de custos é apurar o custo unitário dos produtos e serviços.
Para esta necessidade, é necessário complementar os dados de valores vindos do sistema de informação contábil com dados quantitativos  e estruturais que devem ser obtidos nos sistemas de informação que auxiliam os processos operacionais. Associando esses dados com os métodos e formas de custeio adequados, obtém-se, genericamente, o custo unitário dos produtos e serviços.
Nosso trabalho parte, então, da constatação da a)variedade de tipos de serviços e b) da pouca literatura existente sobre o assunto. Parte também da premissa que é possível obter um modelo geral estrutural que seja adaptado para a maioria das empresas de serviços.
Nesse sentido, o objetivo básico de nosso trabalho é identificar uma estrutura genérica básica que possa ser utilizado por qualquer empresa da atividade de prestação de serviços, de maneira tal que possa também ser sistematizada dentro de ambiente de tecnologia de informação.
            O tema desta pesquisa apresenta algumas problemáticas em relação ao que será estudado,  pois há poucos estudos científicos e acadêmicos em relação à contabilidade de custos aplicados ao segmento de serviços. Atualmente, os modelos estão focados na indústria e agronegócios.
Vanderbek (2001) comenta sobre a relevância do segmento de serviço, descreve que cerca de 70% dos empregados norte americanos estão na prestação de serviço, sendo o motivo  pelo qual aproximadamente 90% dos empregos criados neste país nos últimos 20 anos estão neste setor.
            Assim identifica-se no meio corporativo, equívocos no meio de apuração dos custos nas empresas de serviços, pelo qual, se adapta às metodologias usadas na indústria e agronegócios aos serviços.
            Schultz (2004) afirma que dessa forma não se tem uma configuração adequada dos modelos de custos para o setor de serviços. Apesar do aumento do número total dos artigos publicados em revistas e do aumento no número de artigos na área de contabilidade e controle gerencial - CCG nos Enanpad’s, durante os anos de 2000 a 2004 não houve crescimento nas publicações na área de custos em serviços. Da mesma forma, nas revistas também não houve a detecção de um número expressivo de publicações na área.
Considerando-se que este é um setor que vem demonstrando crescimento significativo, seria o esperado que as publicações na área tendessem a acompanhar este crescimento. Desta forma, baseado na análise realizada, conclui-se que as pesquisas acadêmicas podem contemplar mais este assunto com maior freqüência.
Na pesquisa realizada nos anais dos Enanpad’s entre os anos de 2000 a 2004 foram identificados 2.737 artigos e destes apenas nove tratavam do assunto: custos no segmento de prestação de serviços. (SCHULTZ, 2004).
Devido à pequena quantidade de artigos publicados na área, não há a possibilidade de se destacar um autor, grupo de pesquisa ou instituição com uma inclinação mais significativa à pesquisa em custos em serviços.
            O objetivo geral é estruturar um modelo geral de apuração de custos, que possa ser aplicado às empresas de serviços, independente de sua especificidade.
O modelo a ser estruturado, parte da literatura básica da contabilidade de custos, que é focada em indústrias, fazendo adaptações necessárias para empresas prestadoras de serviços.
            Os objetivos específicos são:
  1. Apresentar as características gerais das empresas prestadoras de serviços;
  2. Apresentar os principais elementos e conceitos de custos e formação do preço de venda a empresas de serviços e
  3. Apresentar os principais elementos que ligam conceitos de custos  às necessidades e características das empresas de serviços.
            Em relação ao crescimento das empresas prestadoras de serviços e à tendência mundial de predominância no mercado atual, é de suma importância o conhecimento mais profundo de suas estruturas e de como são os processos de execução dos serviços.
E também, tendo a contabilização de custo pouco explorado neste segmento e sendo fundamental uma apuração correta dos custos para a tomada de decisão, é oportuno para as empresas prestadoras de serviços terem um modelo geral estruturado para seu segmento.
Outra motivação da pesquisa realizada foi a contribuição de um estudo pouco abordado na literatura nacional.
            Serão utilizados dois tipos de pesquisas para a realização deste trabalho:
a)      Pesquisa bibliográfica: será realizada uma revisão bibliográfica dos conceitos que serão utilizados na estrutura do modelo proposto. O embasamento teórico desta pesquisa é fundamentado nas leituras de livros dos autores nacionais e internacionais que tratam do tema empresas prestadoras de serviços e contabilidade de custos, na sua aplicação ao modelo proposto, além de artigos, dissertações e teses disponíveis em acervos eletrônicos de algumas universidades para pesquisa virtual.
b)      Pesquisa exploratória: será realizada uma pesquisa de campo, com uma visita a uma empresa prestadora de serviços em logística na cidade de Cerquilho/SP e um serviço hospitalar realizado na Santa Casa de Misericórdia de Tietê/SP.         Serão exemplificados os modelos propostos de custo que poderão ser utilizados pelas empresas de serviço. Serão demonstrados uma prestadora de serviços logísticos e um serviço hospitalar.

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